Biografia literária de Marcelo Stoenescu
Pseudônimo: Marcel céu
Desenhista e produtor, fotógrafo ambientalista e paisagista, dono do blog stoenescu.blogspot.com "Fazendo Arte em qualquer parte", escreve textos, poemas, publica desenhos e fotos. Na literatura, escreveu Além da Criação e Remanso Madrugada, livros de contos totalmente ilustrados, nos anos 80. Em 2016 foi o ganhador do Premio Literário Línguas & Amigos, categoria Não ficção com o livro : "No jardim de Ângela"- histórias de um professor na periferia, sendo agraciado com a edição de um E-book. Ganhador do concurso: "Baseado na Estrada", 50 anos do movimento Hippie, categoria crônicas. Participou de vários coletivos, inclusive de Hai Cais no 4o Festival de HAICAI de Petrópolis. Participou do E-book “Mente Aberta” com ilustrações a bico de pena. Possui oito livros publicados no Amazon.com.
JUNCOS
A sombra dos juncos, eu me via quieto, parado no tempo. Ao buscar algo constante, vi que estava só, perante os campos, que ao movimento dos ventos, dançavam sob a esfinge de múltiplas cabeças. Bailava o ar entorpecido, magoado, mas me fazia respirar. Sentia-me só, eu era um só perante o universo que desabrochava. Caí em plenitude...
Revela-se nas formas, um mágico lirismo imensurável na atmosfera, minha alma foi imersa em estado cósmico, as formas estilizavam-se uniforme á estranhas metamorfoses, foi evocado dos mundos a magia sob a forma de discos flutuantes...
Fui então, frouxamente imerso por uma névoa fulva, que se fez descer das nuvens. A penumbra então, foi envolvida pelos véus do simbolismo, enfim, tudo era significativo e ilusório, ao mesmo tempo em que se fundiam irreal e realismo, o espaço multiplicava as distâncias, e uma sequência de infinitos planos, distendiam-se para imensidão, a partir do meu “eu”. Formou-se então um plano vertical sob a forma de uma estrada , quando me vi no centro de um deserto, observando os cactos com suas formas estilizadas.
O sol já se diluía no horizonte, e as fibras de nuvens de cúmulos cavalgavam densamente, sob partículas de luzes alaranjadas, e os pássaros, em silêncio, emergiram no horizonte.
Pus-me a caminhar pela estrada, o céu fechara suas cortinas, distendendo o lençol de estrelas. Chamuscavam, interditas, as que eram cadentes. Prossegui a longa caminhada pela noite. Caminhava lentamente, com passos leves e curtos, prosseguindo no destino, sob a forma de uma estrada. Subia e descia elevações que se sobrepunham ao meu caminho, observava as pedras, os ramos secos encobertos pela areia, o rastejar das cobras, dos ratos, dos seres da noite, em fim; todo o sincronismo do universo, como pano de fundo, de um panorama espiritual...
Texto escrito em 79, em Santos, numa máquina de escrever da Olivett, azul, onde costumava escrever coisas, somente coisas...
Falando sobre vampiros
Olhos Urbanos alguém está sempre te olhando... Percorro a cidade com olhos urbanos. Vejo pessoas, que como zumbis, vagam de um lado para outro sem rumo. Presas ás suas vidas, procuram dar razão ao tempo fazendo algo que não gostam ou não queiram. Meus olhos parecem enxergar como um raio x o que pensam as pessoas. Meus olhos também parecem buscar algo além de uma rua ou uma passagem para um edifício por um jardim. Todos continuam a andar a esmo. Outro dia fui a uma livraria que vendia livros velhos. Um sebo. Não o do Messias que é mais famoso. Fui a um sebo de livros caros. Os livros estão caros e raros agora. Muitos podem ser impressos pela Internet. Alguns não existem mais. Os escritores foram embora. Morreram e deixaram livros velhos e mofados. Muitos com cheiro de fungos. Mas todos velhos e mofados. São apenas os livros que lembramos dos autores. Velhos e mofados. As pessoas buscavam algo ou algum autor que não sabem ainda. Olhavam títulos. Obras mofadas e tristes. Algumas em inglês
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